Entrevista com Stuart Reardon

Se você já participou de um The Gift Day ou deu uma olhada nas capas de nossos livros, já deve ter se deparado com Stu Reardon, nosso cover model de “À distância”

Além de modelo de capa,  ele é treinador fitness, fotógrafo e cinegrafista, e atingiu o nível mais alto do rugby profissional que é possível, jogando por seu país. Então como todas essas partes diferentes e fascinantes se encaixam?

P: Você se lembra de algum livro que tenha lido quando criança?

R: Pinóquio. Porque me ensinou a nunca contar mentiras — eu não queria ficar com um nariz enorme.

P: Que livros você lia para o seu filho quando era mais novo?

R: Bob, o construtor era um, mas na maioria das vezes eu inventava histórias. Ele costumava amar, e eu tenho uma boa imaginação — algumas baseadas em realidade, outras em fantasia.

P: Que livro você mais gostaria de ter escrito?

R: A Bíblia. E agora eu tenho o cabelo de Jesus…

P: Quando você começou a se sentir como escritor?

R: Ainda não me sinto. Talvez depois de mais alguns livros, ou uma turnê mundial, assinando em todas as capitais.

P: O que escrever ensinou a você?

R: Todo mundo tem uma história dentro de si. Ou também… Nunca deixe a verdade ficar no caminho de uma boa história.

P: Qual é a parte mais gratificante de ser escritor?

R: Conhecer minha co-autora maravilhosa, Jane Harvey-Berrick.

E depois todos os lugares incríveis que nós visitamos e as pessoas fantásticas que conhecemos.

P: O que você quer alcançar?

R: Na vida? Hm, interessante. Eu não sei… alguém sabe seu propósito?

Eu gostaria da paz mundial, fim da fome, e que todo mundo vivesse unido em paz e harmonia. [diz isso como um participante de concurso de beleza]

Não, sério, meus objetivos pessoais? Chegar a um lugar onde eu esteja confortável na vida, financeiramente também: uma vida simples com a Emma. Ela trabalha por muitas horas.

P: Qual foi a sua experiência favorita com um leitor, seja por mensagens ou em um evento da The Gift Box?

R: Quando eles escrevem dizendo que a história era parecida com a deles. Uma leitora da Samoa tinha um irmão que era jogador profissional de rugby e se machucou. Ela disse que Imbatível a lembrou dele e isso a emocionou. Senti-me muito orgulhoso daquilo que nós escrevemos.

Eu fui ao Brasil três vezes e gostei de todas elas. Roberta e as meninas da The Gift Box se tornaram amigas. Elas realmente tiram um tempo para nos levar para conhecer o Brasil. Nós fomos à casa da família da Roberta também. De longe as melhores pessoas que eu conheci neste mercado.

P: Qual é a sua filosofia de vida?

R: Dizer mais “sim” do que “não”.

P: Descreva a si mesmo em três palavras.

R: Di-na-mite.

R: Como seus melhores amigos te descreveriam?

R: Louco!

Não, tranquilo, calmo… não, espera, uma boa pessoa. Uma boa pessoa louca!

P: Se você fosse um animal, qual seria?

R: Leão. Um leão velho, com cicatrizes e fortalecido pela batalha.

P: Muito provável que eu diga…

R: “Não fique de mau humor, Fran!”

P: Menos provável que eu diga…

R: A pronúncia correta de qualquer coisa em português quando eu estiver no Brasil!

P: O que te deixa com raiva?

R: Pessoas más.

P: O que te faz xingar? Porque eu nunca te ouvi xingar. Você guarda os palavrões para quando está com seus amigos homens?

R: Às vezes. Eu não sinto necessidade. Posse ser agressivo. Se alguém fica agressivo comigo, eu também fico, o que é um sinal de raiva.

P: No Brasil, você dividiu o quarto de hotel com o Franggy Yanez. Como ele é como colega de quarto?

R: Ele é legal. Um cara bom. Eu o conheço por quatro ou cinco anos, e eu sempre divido o quarto com ele em viagens, então é tranquilo para mim agora.

Ele é meu irmão de mãe diferente.

P: O que você achou na primeira vez que o conheceu?

R: Eu achei que ele era um cara legal, um pouco difícil de ler. Mas também, na primeira vez que nos conhecemos, eu acho que ele não entendeu nada que eu disse por causa do meu sotaque.

É fácil estar com ele. Ele é uma boa pessoa, que me ajuda.

Às vezes ele precisa de tempo para ele mesmo, mas acho que todos nós precisamos.

P: Quem demora mais para se arrumar?

R: Fran diria que sou eu! Eu estou sempre atrasado! Ele diz: “eu não vou mais te esperar”, depois sai do quarto. Mas isso é porque ele sempre entra no banho primeiro.

P: Quem é o mais bagunceiro/organizado?

R: Ele não é bagunceiro, eu também não. Apesar de que Emma diria que eu sou bagunceiro! Nós dois somos muito organizados, mas nossas namoradas não diriam o mesmo.

P: Você está trabalhando num projeto de livro fotográfico com o Fran. Como tem sido? O que você aprendeu?

Foi muito legal. Toda vez que nos vimos, ele me ensinou muito. Como tirar as fotos, como usar minha câmera corretamente, frame rate, velocidade do obturador, a parte técnica. Ele me ajudou com edição e a ajustar a iluminação. Como corrigir as coisas, compor — um monte de coisa. Todas as vezes que a gente se encontra, ele me ensina mais.

P: O que você ama na fotografia?

R: A parte criativa: algo que parece bom, é atemporal, tem sua originalidade.

P: Qual é a sua cor favorita e por quê?

R: Preto e branco, provavelmente preto. Eu uso muito preto — faz meus músculos parecerem maiores [risos].

P: Quando você está tendo um dia ruim, o que te anima?

R: Eu escuto música ou um audiolivro, vejo a Emma. Normalmente, eu posso me livrar disso. Se você for contextualizar, tem um monte de gente passando por algo pior do que eu. Sou muito duro comigo mesmo.

P: Como seria seu dia ideal? Onde seria? Quem estaria com você?

R: Deitado na praia em um restaurante com tudo incluso!

Bora Bora ou Maurícia, ou em uma das cabanas de madeira, relaxando e curtindo por uma semana. Então eu começaria a tirar fotos.

Eu quase não tiro férias. É por isso que a primeira semana seria apenas para relaxar. Se eu estivesse fotografando, estaria pensando sobre isso. Seria bom apenas recarregar as energias e aproveitar algum lugar com a Emma.

P: Você provavelmente já respondeu, mas montanhas e neve ou praias e sol?

R: Eu também gosto de montanhas e neve, mas seria mais para escalar e esquiar, enquanto a praia é só para relaxar.

P: Você acha que escritores são diferentes das outras pessoas? Somos observadores? Criadores?

R: Todo mundo tem algo que quer fazer, algo pelo que é apaixonado, mas escritores e fotógrafos estão sempre pensando no que eles querem criar da próxima vez. Algumas pessoas são criativas com comida — depende no que você está interessado. As pessoas têm paixões diferentes — é o que nos move.

P: Você já escreveu com um amigo? Como foi a experiência? No que isso difere de escrever sozinho? Quais são os prós e contras?

R: Prós: ela é ótima. E é menos estressante do que escrever um livro sozinho.

Contras: Não consigo pensar em nenhum. Ah, espera! A outra autora sempre quer estar na capa. [Stu ri, Jane não]

Há muito para escrever, muito mais do que apenas o plot. A fluidez é muito importante, os altos e baixos, os personagens. Acho que há mais do que as pessoas sabem.

P: Onde você se vê daqui a dez anos?

R: Espero que ainda vivo! Com a minha família com a Emma, numa boa casa, mais liberdade. Sim, talvez perto de uma praia ou no país — dá para ter os dois na Inglaterra. Acho que provavelmente será na Inglaterra, apesar de que houve um período em que eu quis viver na Espanha, mas há ótimos lugares aqui no Reino Unido.

Eu costumava a pensar nisso à frente, mas eu não costumo pensar nisso agora.

P: Que mensagem você deixaria para as pessoas que leem seus livros?

R: Obrigado pelo apoio. Espero que os livros te inspirem e que você aproveite.

P: Olhando para trás, para as coisas que você alcançou, como isso faz você se sentir?

R: Eu estou orgulhoso do que fiz. Acho que poderia ter feito melhor. Poderia ter feito uma carreira melhor no rugby, mas eu me machucava muito. Se eu pudesse mudar alguma coisa, seria isso.

Eu definitivamente dei meu melhor.

Fazer uma retrospectiva é algo maravilhoso. Se nós todos fizéssemos isso, teríamos vidas perfeitas. Eu estou orgulhoso do que fiz, mas há mais.

Eu vivi momentos incríveis jogando pela minha cidade natal e pelo meu país. Nada mal para um garoto magrelo de Bradford.

P: O que vem em seguida para você?

R: Ser um youtuber famoso! Não, um fotógrafo e cinegrafista estabilizado com o YouTube como minha plataforma. Não tenho nenhum plano infalível ainda, mas vou tentar fazer acontecer. Eu ainda não me classifico como fotógrafo ainda, mas em breve poderei.

E eu vou escalar todas as montanhas do Reino Unido esse ano. Porque eu quero estar orgulhoso do que estou criando, e eu vou filmando enquanto faço isso. No último Natal, eu pensei que se eu criasse as coisas que eu queria fazer, poderia ficar orgulhoso.

Vou parar de viajar esse ano, então poderei escalar todas as montanhas. Vou tentar fazer uma ou duas por semana.

As maiores, no Lake District e na Escócia farei no verão.

E eu estou escrevendo um livro chamado “Gym Or Chocolate?” [Academia ou chocolate?], que será best-seller!

Curtiu essa entrevista? Ela foi produzida pela nossa autora Jane Harvery-Berrick em sua estadia no Brasil para o último The Gift Day. E teremos muitas outras vindo por aí. 

Aguardem…