Sexo frágil? Acho que não…

Durante muito tempo as mulheres são chamadas de sexo frágil. 

Apesar de todas as conquistas sociais que tivemos, com a liberdade sexual e a conquista do mercado de trabalho, ainda há muito caminho a percorrer.

Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, as mulheres recebem em média 63% menos do que os homens que ocupam a mesma posição que elas; concentram-se em setores específicos da economia e estão mais expostas ao assédio moral e sexual. 

A participação feminina pode estar aumentando no mercado de trabalho, mas na política o cenário ainda é bem preocupante. Dos 500 parlamentares eleitos para a Câmara dos Deputados em 2019, apenas 77 são mulheres, o que representa apenas 15% da bancada. 

Nas últimas eleições, o número de candidatas a deputadas federais foi de 31%, um pouco acima do mínimo exigido por lei, que é de 30%. 

Em pesquisa divulgada no ano passado pelo PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua),  apontou que as mulheres eram menos empreendedoras do que os homens. Segundo a pesquisa 6% dos homens eram donos de seu próprio negócio, enquanto esse número caía para apenas 3,3% entre as mulheres. 

Em um levantamento feito pela Datafolha, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para avaliar o impacto da violência sobre as mulheres no Brasil, apontou que não existe um lugar seguro para as mulheres.

Há 536 casos de violência contra a mulher por hora no Brasil, e quase a mesma proporção de casos de violência sexual. A maioria dos casos ainda ocorrem dentro de casa com o agressor sendo um conhecido da vitima, mas o espaço público não esta muito diferente: 4 milhões de mulheres afirmaram já terem sido assediadas no transporte público.  

Nos últimos 12 meses, 1.6 milhões de mulheres foram espancadas ou sofreram algum tipo de agressão. 

As leis para impedir isso existem. Lei Maria da Penha, lei do feminicídio; leis do estupro, mas nada disso adianta se não mudarmos a cultura. 

É aí que entram os livros. 

Livros são uma forma de transmitir uma mensagem de forma aprofundada e fazer a imersão do leitor na história criando empatia com os personagens. 

Livros como Ayra (que aborda a violência sexual) podem ajudar as vítimas a entenderem o que passaram e procurarem ajuda. Perceberem que mesmo após a violência, elas podem se reerguerem; livros como Libertados com a personagem Sawyer, que possui um pai violento, e que podem mostrar a outras pessoas que sofrem violência dentro de casa a denunciarem seus agressores. Atualmente 55% das vítimas de violência doméstica não denunciam seus agressores. 

Neste dia das mulheres, nós, da The Gift Box Editora, desejamos que o Brasil se torne um país mais seguro para as mulheres, e que as pesquisas apontadas nesta postagem mudem radicalmente em 2020. Nós estamos trabalhando para mudar essa cultura. 

E acreditem, nós vamos conseguir.  

E mesmo enfrentando tudo isso, ainda dizem que somos o sexo frágil?

Um feliz dia internacional das mulheres.